Fanáticos religiosos são os piores
totalitários: acreditam cumprir um mandato divino ao imporem suas crenças a
ferro e fogo. Com insensibilidade que beira a desumanização absoluta, alguns
pensam até estar salvando a alma daqueles a quem roubam a vida.
Daí a extrema repulsa que me causam
estados teocráticos como o Irã, onde adúlteras podem ser apedrejadas até a
morte. O fato de ter contra si inimigos sórdidos não é motivo para sermos
complacentes com seu obscurantismo e crueldade. Trata-se de uma reminiscência
das trevas medievais em pleno século 21.
É
idêntica a minha repulsa aos que exploram a fé no Brasil e, para fazer jus aos
dízimos e doações dos otários a quem depenam por meio do exercício impune de
estelionato, curandeirismo e lavagem cerebral, levantam as bandeiras mais
preconceituosas e infames.
Sua pregação do ódio é, ademais,
interesseira. Precisam inventar inimigos que lhes sirvam de espantalhos, pois
usam-nos para unir e imantar seu rebanho, exatamente como Hitler fez com os
judeus.
No caso dos mercadores do templo da
atualidade, os dois alvos mais óbvios são os umbandistas e os
homossexuais.
Vira e mexe eles aparecem no
noticiário ultrajando imagens dos cultos afrobrasileiros e até vandalizando seus
terreiros, no melhor estilo das hordas nazistas.
E
sua Frente Parlamentar Evangélica tenta estuprar a Declaração Universal dos
Direitos do Homem e todo o Direito moderno, ao propor leis de viés
flagrantemente totalitário, inspiradas no moralismo mais rançoso.
A
mais recente é um projeto de decreto legislativo para legalizar a
chamada cura gay, sustando dois artigos de uma resolução de 1999 do
Conselho Federal de Psicologia: aqueles que proíbem os psicólogos de emitir
opiniões públicas contra a homossexualidade e de tratá-la como um
transtorno.
Tudo que há a se dizer sobre
tal projeto Frankenstein, montado com restos dos cadáveres de um
besteirol arcaico e já sepultado pela ciência, o Conselho Regional de Psicologia
de São Paulo disse, nesta nota de esclarecimento que reproduzo e
endosso:
"... de acordo com a Organização Mundial da Saúde, a homossexualidade não é uma doença. Portanto não cabe aos profissionais da saúde, entre eles o psicólogo, propor a cura.O exercício da psicologia é laico e o reconhecimento do direito à religiosidade não deve ser confundido com a adesão, durante a prestação de serviços, a concepções religiosas.Por isso, classificamos como descabida a proposta do deputado João Campos (PSDB-GO) em suspender dois artigos da resolução 01/99, do Conselho Federal de Psicologia, em um momento em que a sociedade brasileira deseja construir um país marcado pelo respeito às diferenças".
Os psicólogos deveriam é curar o
masoquismo dos coitadezas que entregam até as calças a quem os ilude com
misticismo mercantilizado.
Fonte: Naufrago da Utopia - http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/
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