segunda-feira, março 05, 2012

CONSELHO DE PSICOLOGIA FULMINA LEGALIZAÇÃO DA "CURA GAY"


Fanáticos religiosos são os piores totalitários: acreditam cumprir um mandato divino ao imporem suas crenças a ferro e fogo. Com insensibilidade que beira a desumanização absoluta, alguns pensam até estar salvando a alma daqueles a quem roubam a vida.

Daí a extrema repulsa que me causam estados teocráticos como o Irã, onde adúlteras podem ser apedrejadas até a morte. O fato de ter contra si inimigos sórdidos não é motivo para sermos complacentes com seu obscurantismo e crueldade. Trata-se de uma reminiscência das trevas medievais em pleno século 21.

É idêntica a minha repulsa aos que exploram a fé no Brasil e, para fazer jus aos dízimos e doações dos otários a quem depenam por meio do exercício impune de estelionato, curandeirismo e lavagem cerebral, levantam as bandeiras mais preconceituosas e infames. 

Sua pregação do ódio é, ademais, interesseira. Precisam inventar inimigos que lhes sirvam de espantalhos, pois usam-nos para unir e imantar seu rebanho, exatamente como Hitler fez com os judeus.  

No caso dos mercadores do templo da atualidade, os dois alvos mais óbvios são os umbandistas e os homossexuais.

Vira e mexe eles aparecem no noticiário ultrajando imagens dos cultos afrobrasileiros e até vandalizando seus terreiros, no melhor estilo das hordas nazistas.

E sua Frente Parlamentar Evangélica tenta estuprar a Declaração Universal dos Direitos do Homem e todo o Direito moderno, ao propor leis de viés flagrantemente totalitário, inspiradas no moralismo mais rançoso.

A mais recente é um projeto de decreto legislativo para legalizar a chamada  cura gay, sustando dois artigos de uma resolução de 1999 do Conselho Federal de Psicologia: aqueles que proíbem os psicólogos de emitir opiniões públicas contra a homossexualidade e de tratá-la como um transtorno.

Tudo que há a se dizer sobre tal  projeto Frankenstein, montado com restos dos cadáveres de um besteirol arcaico e já sepultado pela ciência, o Conselho Regional de Psicologia de São Paulo disse, nesta  nota de esclarecimento que reproduzo e endosso:
"... de acordo com a Organização Mundial da Saúde, a homossexualidade não é uma doença. Portanto não cabe aos profissionais da saúde, entre eles o psicólogo, propor a cura.

O exercício da psicologia é laico e o reconhecimento do direito à religiosidade não deve ser confundido com a adesão, durante a prestação de serviços, a concepções religiosas.

Por isso, classificamos como descabida a proposta do deputado João Campos (PSDB-GO) em suspender dois artigos da resolução 01/99, do Conselho Federal de Psicologia, em um momento em que a sociedade brasileira deseja construir um país marcado pelo respeito às diferenças".
Os psicólogos deveriam é curar o masoquismo dos coitadezas que entregam até as calças a quem os ilude com misticismo mercantilizado.

Fonte: Naufrago da Utopia - http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/
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