quinta-feira, junho 16, 2011

Mais um crime bárbaro na “Cidade da Paz”

Mais um crime bárbaro na “Cidade da Paz”

Desta vez a vítima foi um jovem de 19 anos, residente na Rua Waldir Vieira de Carvalho, n° 45, no 4º Distrito de Werneck. Felipe Lameck Dias era o mais novo dos oito filhos da funcionária da Prefeitura Municipal, a senhora Erotides Lameck Dias. Ele foi morto durante a madrugada de sábado (11): o corpo foi encontrado num lugar ermo, afastado do centro de Werneck, mais precisamente, na estrada que liga o 4º distrito ao Santuário de Bom Jesus de Matozinhos. Peritos estiveram no local e constataram que o crime teve requintes de crueldade. Felipe teve seu rosto parcialmente desfigurado, aparentemente por pancadas com uma barra de ferro ou porrete, parte do corpo queimado por tentativa de incêndio. No local, havia uma garrafa com resíduos de material inflamável.
 
Segundo populares, Felipe esteve se divertindo durante a noite de sexta na tradicional festa de Santo Antonio, acompanhado de algumas pessoas do seu convívio, vizinhos na mesma comunidade; a polícia ainda não tem nenhuma pista dos autores desse crime brutal, que chocou toda a comunidade de Werneck.
 
A vítima, Felipe Lameck
 
Hoje, a equipe do Entre-Rios Jornal pretende ouvir o delegado Eliezer Lourenço Costa, da 107ª DP, para saber que
providências serão tomadas para conter a onda de violência que tomou conta da cidade de Paraíba do Sul, insistentemente declarada pelo governo de Gil Leal e Canela como a “Cidade da Paz”.
 
A onda de violência se estendeu pela cidade nos últimos dois anos, quando mais de 20 homicídios foram praticados, alguns em plena luz do dia e em lugares de muita movimentação. O último foi o do empresário trirriense Leandro Sola, morto na manhã do dia 25 de maio de 2011, em seu estabelecimento, um posto de gasolina na comunidade de Vila Salutaris. Leandro foi alvejado por mais de cinco tiros: foi socorrido, mas morreu ao chegar em frente ao Destacamento de Policia  Ostensiva (DPO) de Werneck.
 
As ações dos assassinos estão cada vez mais audaciosas, tanto a comunidade de Vila Salutaris quanto a de Werneck são consideradas de característica bucólica, um DPO da Policia Militar foi instalado para melhorar a segurança na região, porém, a falta de investimentos para compor uma política de segurança, permite que criminosos atuem com facilidade. Para
termos uma idéia, na edição do dia 06/06/2011, publicamos um estudo que mostrou que a Prefeitura destinou, em 2010, recursos pífios para a segurança pública, de acordo com documento do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). Segundo o tribunal, apenas 0,04% dos R$ 68.388.527,63 (sessenta e oito milhões, trezentos e oitenta e oito mil, quinhentos e vinte e sete reais e sessenta e três centavos) – orçamento do município do ano - foram destinados ao setor. Ou seja: numa cidade que vive uma onda de violência digna de grandes capitais, o governo destinou apenas R$ 28.450,00 (vinte oito mil, quatrocentos e cinqüenta reais) para a segurança pública. Enquanto isso, o inchaço da máquina pública – com dezenas de cargos destinados a apadrinhados políticos – consumiu mais de R$ 11 milhões, gasto inferior apenas à verba destinada à educação e saúde.
 
Outra questão preocupante na “Cidade da Paz” é a falta de investimentos em programas sociais de combate as drogas e apoio a juventude, como por exemplo, palestras, campanhas de prevenção e atividades que ajudam a tirar os jovens da proximidade do vício.
 
Até quando, a hipocrisia dos governantes, imputada por frases como essa, “Paraíba do Sul a cidade da Paz”; vai esconder a deficiência de um governo, dividido por opiniões contraditórias e negociatas políticas, que ajudam a disseminar uma insegurança na população?

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