sexta-feira, setembro 03, 2010

Clube veta parceiro gay como dependente

Folha de S.Paulo: Clube veta parceiro gay como dependente

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Paulistano rejeita mudar estatuto para permitir inclusão de companheiro
homossexual como sócio-dependente

Pedido foi apresentado por médico e negado pelo conselho do clube,
frequentado pela elite; casal vê discriminação

01/09/2010 - 12h

Um casal de médicos homossexuais, que vivem juntos há seis anos, acusa o
Clube Athlético Paulistano - frequentado pela elite de São Paulo- de
discriminação por recusar a adesão de um deles como sócio-dependente,
informou nesta quarta-feira a Folha de S.Paulo.

Segundo o jornal, o médico infectologista Ricardo Tapajós, 45, associado do
clube desde criança, pediu ao conselho do Athlético Paulistano no final do
ano passado a inclusão de seu companheiro, o cirurgião plástico Mario Warde,
39, como dependente. A decisão, negativa, saiu no último dia 26. "Estamos
tristes. Somos discriminados por sermos uma união homoafetiva", disse
Tapajós, que, 15 anos antes, conseguiu incluir a mãe de seus filhos, com
quem não era casado, como dependente.

O estatuto do clube Paulistano entende como união estável a relação entre
homem e mulher. Para aceitar o novo dependente, a maioria dos 220
conselheiros teria que ser favorável a uma alteração no estatuto, o que não
ocorreu. "O clube está seguindo o estatuto, o Código Civil e a Constituição.
E a mudança estatutária não foi aprovada", disse o diretor de comunicação,
Celso Vergeiro.

Em entrevista à Folha, em julho, o presidente do Paulistano, Antonio Carlos
Vasconcellos Salem, disse que, em caso de negativa do pedido, eles poderiam
ir à Justiça."Tudo depende do conselho. Se os conselheiros disserem que
contradiz o estatuto, não há o que falar. Se o casal se sentir prejudicado,
vai à Justiça. Se o estatuto for alterado, tudo bem, é a vontade dos
sócios", afirmou à época.

Vida em comum

Segundo a advogada Adriana Galvão, presidente do Comitê de Estudos Sobre
Diversidade Sexual e Combate à Homofobia da OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil), Tapajós pode pedir a inclusão judicialmente, além de alegar danos
morais, se provar a discriminação. "É preciso comprovar a vida em comum. O
clube também não é obrigado a aceitar uma relação esporádica. A decisão foi
pautada pelo medo de aceitar uma nova realidade. Isso não se justifica."

Os conselheiros mais antigos entendem que o correto seria que o dependente
comprasse o título, que custa R$ 5.000, e arcasse com o valor da
transferência (R$ 180 mil).

Fonte: Folha de S.Paulo

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