O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira uma nova parceria com a Fundação Bill & Melinda Gates como parte do PNCT (Programa Nacional de Controle da Tuberculose). A fundação vai repassar US$ 3 milhões para o desenvolvimento de atividades ao longo de três anos.
A iniciativa pretende reforçar o controle e a prevenção da doença no país com tratamento mais moderno e pesquisa para diagnóstico, além de servir como exemplo para outros países em desenvolvimento.
Segundo o ministério, o projeto será liderado pelo governo e pela FAP (Fundação Ataulpho de Paiva, uma organização sem fins lucrativos, reconhecida internacionalmente pelo trabalho de luta contra a tuberculose no Brasil.
A doença ainda é uma das infecciosas que mais mata no mundo. Cerca de 1,8 milhão de pessoas morrem a cada ano vítimas de tuberculose, principalmente nos países em desenvolvimento, de acordo com dados do órgão.
A incidência da doença caiu 17% no Brasil entre 2002 e 2009. O país melhorou sua posição na lista das 22 nações que concentram 80% dos casos da doença no mundo, passando, neste ano, da 18ª para 19ª, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde).
A parceria visa fortalecer os esforços do programa ao reforçar a prevenção, o diagnóstico e o controle; demonstrar um modelo de sucesso para a introdução de novas tecnologias; e oferecer assistência técnica a outros países em desenvolvimento com alta carga da doença.
Com o objetivo de reduzir significativamente a incidência da tuberculose e o número de mortes no país, a FAP irá implementar o projeto em conjunto com o PNCT, especialistas e técnicos governamentais.
"Esta parceria com a Fundação Gates nos ajudará a avaliar e introduzir mais rapidamente as últimas tecnologias no controle e na prevenção da doença, criando oportunidades para que possamos partilhar esta experiência com outros países, assim como fizemos com o nosso programa de HIV", declarou o ministro de Saúde, José Gomes Temporão.
DIAGNÓSTICO
Além de apoiar a produção local, a ajuda financeira da Fundação Gates permitirá ao programa conduzir um estudo piloto para testar um método de diagnóstico molecular de última geração que reduz de semanas a horas o tempo que se leva para detectar a tuberculose.
O teste GeneXpert pode detectar se o paciente tem uma tuberculose resistente a um dos mais utilizados tratamentos contra a doença --um diagnóstico que atualmente leva meses para ser concluído.
Diagnosticar a doença precocemente, especialmente a tuberculose resistente, é fundamental para que se inicie o tratamento rapidamente e evite que a doença se propague, informou o ministério.
O GeneXpert foi desenvolvido pela empresa Cepheid em parceria com a organização internacional sem fins lucrativos FIND, especialmente para o uso contra a tuberculose. O estudo piloto permitirá que os gestores públicos decidam sobre a melhor aplicação desta tecnologia no sistema público de saúde do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário