Um simples abraço foi o motivo para que oito homens agredissem
os irmãos gêmeos José Leonardo da Silva e José Leandro da Silva, 22. A
ira foi tal que Leonardo morreu no local ao levar diversas pedradas na
cabeça, Leandro conseguiu sobreviver, como informa a versão online do
jornal baiano A Tarde, nesta quarta-feira, 27.
O crime ocorreu em na madrugada de domingo para segunda, 25, quando
os irmãos voltavam do Camaforró, em Camaçari, cidade da Grande Salvador.
“Pensaram que eles fossem um casal homossexual. Os agressores e as
vítimas não se conheciam e não tiveram nenhuma briga anterior, por isso
acho que a motivação seja a homofobia”, disse a delegada da 18ª DT,
Maria Tereza Santos Silva, em depoimento para o jornal. Ela não tem
dúvida que trata-se de um crime de homofobia.
Das sete pessoas enviadas à delegacia, três foram indiciadas e estão
presas – Douglas dos Santos Estrela, 19, Adriano Santos Lopes da Silva,
21 e Adan Jorge Araújo Benevides, 22 – e um dos assassinos, Diogo dos
Santos Estrela, está foragido.
Leonardo deixa mulher grávida de quatro meses.
Eis mais um exemplo de como a homofobia não tem como alvo apenas os
gays. Por um abraço camarada de dois irmãos, um deles pagou com a vida.
Sempre leio aqui no blog e em discursos de homofóbicos que temos já uma
lei contra a agressão, mas esta linha de pensamento, além de falha
porque não compreende a totalidade do problema, é perversa porque não
quer saber qual o motivo da morte e que este motivo seja criminalizado.
Não é possível mais admitir que alguém acredite que por uma outra
pessoa ser ou parecer ser homossexual, ela mereça morrer. É a luta do
afeto contra a violência. E, por enquanto, no Brasil, por culpa do
Legislativo e do Executivo que se mostram ausentes e desprezam qualquer
lei que pretenda criminalizar a homofobia, é que a violência que
infelizmente está vencendo neste país tido como cordial.
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