quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Gay é espancado e enterrado vivo no Pará

13/02/2012 - 19h26


AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM


Presos por roubo e tentativa de homicídio de professor em Altamira


13 de fevereiro de 2012
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Thaisson e Jefferson


         


















Já estão presos na Superintendência Regional do Xingu, em Altamira, sudoeste do Pará, Jefferson Gomes Mello, 21 anos, e Thaisson Santos de Souza, 23, autores do roubo e tentativa de homicídio do professor Anizio de Araújo Uchoa Filho, 50 anos.

Um homossexual foi espancado e enterrado vivo à beira de uma estrada nas proximidades de Altamira, no oeste do Pará (a 900 km de Belém), mas conseguiu sobreviver. Ele está hospitalizado.

Para a Polícia Civil, trata-se de um caso de roubo com tentativa de homicídio. O movimento gay da região diz que o crime tem relação com homofobia --um dos agressores mantinha um relacionamento com a vítima.

Anízio Uchôa, 50, professor de uma escola municipal, foi amordaçado em sua casa e teve bens roubados. Em seguida, foi levado a uma estrada vicinal, onde foi espancado e enterrado em uma vala.

O caso ocorreu na madrugada de sexta-feira (10). De acordo com a polícia, o crime foi cometido por Jefferson Mello, 21, que mantinha um relacionamento com o professor, e por Thaisson de Souza, 23. Eles foram detidos no mesmo dia.
A assessoria de comunicação da Polícia Civil informou que ambos confessaram o crime. Em depoimento, porém, negaram a autoria intelectual do crime --cada um dos suspeitos atribuiu a responsabilidade ao outro. Nenhum dos dois constituiu advogado até a conclusão desta reportagem.

De acordo com a investigação, os suspeitos cobriram a vala onde jogaram o corpo de Uchôa com terra e folhas. Como a vala não era funda, Uchôa conseguiu escapar. Ele foi hospitalizado com ferimentos na cabeça e fraturas nos braços.
A Associação da Parada do Orgulho LGBT da Transamazônica e Xingu fará uma manifestação na próxima quinta-feira, em Altamira, em protesto contra o crime.

"O rosto dele está irreconhecível por causa das pauladas", disse Humberto Lexter, presidente da entidade. Ele afirma que o crime foi motivado por homofobia.

Segundo Roryhone Sousa, assessor jurídico da entidade, Mello não queria que ninguém soubesse do relacionamento com Uchôa.

"Eles praticaram o crime movidos por um preconceito de que, por ser homossexual, ele [Uchôa] era mais frágil. Não foi apenas um roubo, mas sim um crime que teve origem no fato de a vítima ser homossexual", afirmou Sousa
 

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