13/02/2012 - 19h26
AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM
DE BELÉM
Presos por roubo e tentativa de homicídio de
professor em Altamira
Segundo Roryhone Sousa, assessor jurídico da entidade, Mello não queria que ninguém soubesse do relacionamento com Uchôa.
Já estão presos na Superintendência Regional
do Xingu, em Altamira, sudoeste do Pará, Jefferson Gomes Mello, 21 anos, e
Thaisson Santos de Souza, 23, autores do roubo e tentativa de homicídio do
professor Anizio de Araújo Uchoa Filho, 50 anos.
Um
homossexual foi espancado e enterrado vivo à beira de uma estrada nas
proximidades de Altamira, no oeste do Pará (a 900 km de Belém), mas conseguiu
sobreviver. Ele está hospitalizado.
Para a
Polícia Civil, trata-se de um caso de roubo com tentativa de homicídio. O
movimento gay da região diz que o crime tem relação com homofobia --um dos
agressores mantinha um relacionamento com a vítima.
Anízio
Uchôa, 50, professor de uma escola municipal, foi amordaçado em sua casa e teve
bens roubados. Em seguida, foi levado a uma estrada vicinal, onde foi espancado
e enterrado em uma vala.
O caso
ocorreu na madrugada de sexta-feira (10). De acordo com a polícia, o crime foi
cometido por Jefferson Mello, 21, que mantinha um relacionamento com o
professor, e por Thaisson de Souza, 23. Eles foram detidos no mesmo dia.
A
assessoria de comunicação da Polícia Civil informou que ambos confessaram o
crime. Em depoimento, porém, negaram a autoria intelectual do crime --cada um
dos suspeitos atribuiu a responsabilidade ao outro. Nenhum dos dois constituiu
advogado até a conclusão desta reportagem.
De
acordo com a investigação, os suspeitos cobriram a vala onde jogaram o corpo de
Uchôa com terra e folhas. Como a vala não era funda, Uchôa conseguiu escapar.
Ele foi hospitalizado com ferimentos na cabeça e fraturas nos braços.
A
Associação da Parada do Orgulho LGBT da Transamazônica e Xingu fará uma
manifestação na próxima quinta-feira, em Altamira, em protesto contra o
crime.
"O
rosto dele está irreconhecível por causa das pauladas", disse Humberto Lexter,
presidente da entidade. Ele afirma que o crime foi motivado por homofobia.
Segundo Roryhone Sousa, assessor jurídico da entidade, Mello não queria que ninguém soubesse do relacionamento com Uchôa.
"Eles
praticaram o crime movidos por um preconceito de que, por ser homossexual, ele
[Uchôa] era mais frágil. Não foi apenas um roubo, mas sim um crime que teve
origem no fato de a vítima ser homossexual", afirmou Sousa
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