sexta-feira, dezembro 16, 2011

GGB deixará de fazer estatística de gays assassinados no país Juracy dos Anjos Arestides Baptista / Agência A TARDE Luiz Mott, fundador do GGB: "Quem pariu Mateus que o balance!" A partir do próximo ano, o Grupo Gay da Bahia (GGB) deixará de fazer a contagem do número de homossexuais assassinados no país. A única entidade do gênero a fazer este tipo trabalho argumenta, por meio de seu fundador, o antropólogo Luiz Mott, que o governo federal deveria assumir o papel de atualização do banco de dados oficialmente e não exerce a função de coibir os crimes contra os gays no território nacional. O anúncio foi feito por Mott, fundador da organização mais antiga na luta pelos direitos dos LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) noBrasil, em carta enviada à 2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos de LGBT. O evento realizado em Brasília, teve início nesta quinta. A estatística feita pelo GGB serve, inclusive, como parâmetro para as organizações internacionais de diretos humanos. Registros - Segundo o antropólogo, 235 homossexuais foram mortos em todo o Brasil até novembro deste ano. No ano passado, foram 260 assassinatos de gays, travestis e lésbicas – 62 casos a mais do que os registrados em 2009. Somente na Bahia, que possui o estigma de estado brasileiro onde se mata mais homossexuais, 25 casos foram contabilizados entre janeiro e novembro. Em 2010, foram 29 mortes. "É preciso que o governo assuma a contagem oficial deste tipo de crime, como assinado em documento em 2002", afirmou Mott. A morte mais recente foi no dia 17 do mês passado, quando o travesti Samira – Milson Augusto dos Santos, 21 – foi morto por três tiros na porta de casa no bairro da Boca do Rio. "Nunca, como nos últimos dez anos, o governo federal fez tanta propaganda, prometeu maravilhas, fez conferências e grupos de trabalho e não obstante, como disse duas vezes a senadora Marta Suplicy, a situação piorou para os homossexuais no Brasil. Na Argentina tem casamento gay, aqui tem espancamento!”. A senadora é a relatora do Projeto de Lei (PLC 122) que criminaliza a homofobia e está em votação no Senado. Ainda segundo o militante, no governo Lula se matava "um gay ou travesti a cada três dias. Com a presidente Dilma [Rousseff] a imprensa noticia um assassinato a cada 36 horas". Por conta disso, ele avisa que, a partir de 2012, passará a manutenção do banco de dados à Secretaria Nacional de Direitos Humanos. "Quem pariu Mateus, que o embale", disse ele, comprometendo-se a finalizar a estatística de 2011 com divulgação prevista para o início de 2012. A Secretaria de Direitos Humanos, por meio da assessoria de comunicação, informou que não comentará as declarações de Luiz Mott.


Juracy dos Anjos
Arestides Baptista / Agência A TARDE

















Luiz Mott, fundador do GGB: "Quem pariu Mateus que o balance!"

A partir do próximo ano, o Grupo Gay da Bahia (GGB) deixará de fazer a contagem do número de homossexuais assassinados no país. A única entidade do gênero a fazer este tipo trabalho  argumenta, por meio de seu fundador, o antropólogo Luiz Mott, que o governo federal deveria assumir o papel de atualização do banco de dados oficialmente e não exerce a função de coibir os crimes contra os gays no território nacional.
O anúncio foi feito por Mott, fundador da organização mais antiga na luta pelos direitos dos LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) noBrasil, em carta enviada à 2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos de LGBT. O evento realizado em Brasília, teve início nesta quinta. A estatística feita pelo GGB serve, inclusive, como parâmetro para as organizações internacionais de diretos humanos.
Registros - Segundo o antropólogo, 235 homossexuais foram mortos em todo o Brasil até novembro deste ano. No ano passado, foram 260 assassinatos de gays, travestis e lésbicas – 62 casos a mais do que os registrados em 2009.
Somente na Bahia, que possui o estigma de estado brasileiro onde se mata mais homossexuais, 25 casos foram contabilizados entre janeiro e novembro. Em 2010, foram 29 mortes. "É preciso que o governo assuma a contagem oficial deste tipo de crime, como assinado em documento em 2002", afirmou Mott. A morte mais recente foi no dia 17 do mês passado, quando o travesti Samira – Milson Augusto dos Santos, 21 – foi morto por três tiros na porta de casa no bairro da Boca do Rio.
"Nunca, como nos últimos dez anos, o governo federal fez tanta propaganda, prometeu maravilhas, fez conferências e grupos de trabalho e não obstante, como disse duas vezes a senadora Marta Suplicy, a situação piorou para os homossexuais no Brasil. Na Argentina tem casamento gay, aqui tem espancamento!”. A senadora é a relatora do Projeto de Lei (PLC 122) que criminaliza a homofobia e está em votação no Senado.
Ainda segundo o militante, no governo Lula se matava "um gay ou travesti a cada três dias. Com a presidente Dilma [Rousseff] a imprensa noticia um assassinato a cada 36 horas". Por conta disso, ele avisa que, a partir de 2012, passará a manutenção do banco de dados à Secretaria Nacional de Direitos Humanos. "Quem pariu Mateus, que o embale", disse ele, comprometendo-se a finalizar a estatística de 2011 com divulgação prevista para o início de 2012. A Secretaria de Direitos Humanos, por meio da assessoria de comunicação, informou que não comentará as declarações de Luiz Mott.
Juracy dos Anjos
Arestides Baptista / Agência A TARDE

Nenhum comentário: