|
Eleonora perdeu seu filho há um ano, em um crime que faz parte da crescente onda de crimes de ódio no Brasil. Junte-se a Eleonora e a nova campanha das "Mães pela Igualdade" que está desafiando o ódio.
|
Prezad@ Antonio, "Prefiro ter um filho morto em acidente do que um filho gay."
Meu nome é Eleonora Pereira e eu ainda não consegui tirar essas palavras da minha cabeça. Recentemente um parlamentar afirmou isso em um programa de televisão, e me fez lembrar do meu filho, José Ricardo, que era gay e foi assassinado há quase um ano por ser quem ele era. Esse tipo de discurso rancoroso, que supostamente defende os "valores familiares" da sociedade brasileira, tem me deixado muito transtornada e tem feito com que me sinta muito só.
Porém, nos últimos meses vi algo incrível acontecer. Com a ajuda de AllOut, mães de vários lugares do Brasil estão se unindo e se pronunciando contra a violência que colocou o Brasil entre os países mais perigosos e violentos do mundo para ser gay, lésbica, bissexual, travesti ou transexual. Nós somos as Mães pela Igualdade:
www.allout.org/pt/maespelaigualdade
Na próxima quinta-feira, dia 29 de setembro, a convite do Dep. Jean Wyllys e da Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT, estarei com várias outras mães em Brasília para dizer ao Congresso Nacional que apoiamos a aprovação de uma legislação que reconheça e tipifique os ataques homofóbicos e transfóbicos como crimes de ódio no Brasil, que proteja a TODAS e TODOS brasileiros contra a violência e a discriminação. Vamos dizer ao governo e à sociedade que a igualdade é o verdadeiro valor familiar. Vamos entregar uma carta à Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT pedindo às lideranças de todo o Brasil que tomem uma atitude - começando pelo Congresso na próxima quinta-feira.
Quer estar ao nosso lado e assinar nossa carta?
www.allout.org/pt/maespelaigualdade
Nosso movimento das "Mães pela Igualdade" está se espalhando pelo Brasil afora - e não só com mães de LGBTs. A homofobia e os discursos de ódio estão se disseminando de tal forma que já estão começando a ter impacto sobre todos os brasileiros e brasileiras. Nos últimos meses, um pai e um filho foram brutalmente atacados depois de terem sido confundidos com um casal gay, um homem heterossexual foi morto enquanto defendia um gay de ser linchado, e na semana passada uma jovem foi perseguida e baleada por homens que a confundiram com uma travesti.
Nós, mães, sabemos uma ou duas coisinhas sobre como cuidar de nossas famílias! Por isso é que na próxima semana estaremos no Congresso, para dizer aos líderes que parem de enrolar e comecem JÁ a trabalhar em leis em conjunto para acabar com a violência, e para cuidar de TODAS AS FAMÍLIAS brasileiras. Sinto-me muito honrada por estar junto com tantas mães incríveis dizendo aos e às parlamentares que deixem de ser omissos, e à nossa sociedade brasileira, que a igualdade é o verdadeiro valor familiar.
Para encontrar outros membros da nossa campanha "Mães pela Igualdade" e para mostrar seu apoio enquanto vamos nos preparando para ir ao Congresso esta semana, clique no link abaixo para compartilhar esta iniciativa com sua rede de amizades e, obviamente, com suas mães:
www.allout.org/pt/maespelaigualdade
Nossa visita ao Congresso é apenas o começo. Nos próximos meses estaremos nas ruas, nas ondas do rádio, nas salas de aula e ao redor das mesas, conversando e compartilhando nossas histórias como as "Mães pela Igualdade", nessa campanha para acabar com a violência, o preconceito e a discriminação. Estou fazendo isso pelo meu filho José Ricardo, e na esperança de que, juntas, podemos continuar construindo um Brasil que celebra a diversidade e a igualdade para todos e todas.
Eleonora Pereira, as Mães pela Igualdade de todos os cantos do Brasil e a equipe de All Out.
PS: Se você é uma “Mãe da Igualdade” no Brasil ou conhece alguma outra Mãe que queira participar desta poderosa campanha, entre em contato com a gente: maes@allout.org
LEIA MAIS:
Bolsonaro: "Prefiro filho morto em acidente a um homossexual". GP1. 9 de junho de 2011
Confundida com travesti, mulher é agredida. Correio de Sergipe. 19 de setembro de 2011
Homem confundido com gay: 'um pai não pode abraçar seu filho?'. Terra notícias. 21 de julho de 2011.
Homofobia brasileira é manchete no blog da Anistia Internacional. Gay.com.br, 28 de outubro de 2010. Artigo original: Homophobic Hate Crimes Spreading Throughout Brazil Amnesty International, 2010
Homofobia motiva mais uma agressão na Avenida Paulista. Veja, August 29, 2011
Assassinada a sangue frio (VIDEO sobre Priscila Brandão, uma jovem transexual assassinada no início de 2011)
Religião opera retrocesso sobre a cultura gay no Brasil (em inglês) The Guardian, July 2, 2011
|
|
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário