domingo, agosto 28, 2011

Cu e encanação


 
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Cu e encanação

April 13th, 2011
Três níveis, o primeiro nível é o fisiológico.

Ânus é um conjunto de anéis musculares que quase todo animal tem, um dos mais importante e primários buracos deste reino, o contrário da boca, onde todo resto do nosso alimento ganha novamente o mundo. Tem muitas terminações nervosas e muitas opiniões nervosas a seu respeito. É um lugar sensível pra cacete, lugares muito sensíveis dão tanta dor e prazer pra gente que não tinha como passar sem interpretação culturais acaloradas sobre seu uso. Assim como clítoris, glande, nuca, joelho, pulso, virilha, mamilos e outros lugares sensíveis, nosso cu pode nos dar prazer quando tocado, lambido, penetrado etc. Simples assim. É só uma parte do corpo que leva sinais pro cérebro.
Assim como as outras partes do corpo só ser sensível não quer dizer que todos tenham a mesma sensibilidade. Dor, prazer e cócega são sensações que diferentes pessoas podem ter num mesmo local, afinal cada um tem um corpo. Então mesmo que a gente já pare a conversa aqui, já tem gente que não gosta de brincadeiras no cu pela própria forma do cérebro entender estímulos, e gente que gosta.
O segundo nível é a relação ativo/passivo
Idéia primariamente heterossexista que infelizmente muito homo considera relevante, especialmente homens =/
Entender que algum tipo de penetração sempre põe os evolvidos em posição de ativo quem penetra e passivo quem é penetrado já é idiota. Não falo da mecânica, ela está implícita no verbo, e sim da atitude. Como se quem enfia estivesse ativamente enfiando e quem estivesse sendo penetrado estivesse passivamente recebendo isso que lhe acontece, simplesmente deixando, não tomando uma atitude, participando como a pessoa que aceita enquanto a penetrante é a que impõe. Ô preguiça.
Ser, ou melhor, estar passivo ou ativo é questão de atitude e só funciona em contextos onde esse dualismo cabe, nem sempre isso funciona pra começo de conversa. Ativo só da prazer ou só recebe? Quem dita o ritmo? Quem enfia o que onde? Existe ALGUMA penetração na relação em questão? Essas perguntinhas já deixam o conceito frágil, aí é só você lembrar que mesmo quando o sexo tem penetração geralmente NÃO se resume só a isso então pronto, desaquenda, para de achar que a gente nasce e morre em um dos lados dessa moeda ilusória. Até em prática sadomasoquista dá pra relativizar esse assunto de quem está por cima na cena então tenta pensar direitinho esse assunto. Vê se sexo tem que ser sempre assim monolítico, fio na tomada, macho e fêmea. É difícil desconstruir essa parte, mas é gratificante.
O terceiro nível é o gênero.
E, jesus, que tremenda confusão a galera faz. Além de achar que só existe gente passiva e ativa e que são respectivamente exclusivamente o penetrado e o que penetra, rola uma insistência irritante em fazer uma relação disso com gêneros ser obrigatória. Aí fica sendo a mulher a passiva o homem o ativo, o homem gay que dá o passivo o homem gay que come o ativo e lésbicas…. o q não tinha pensando em lésbicas porque sem pau não tem atividade? Tudo bem, algumas delas pensaram e fizeram o favor de se enfiarem nessas caixas absurdas, ouvi dizer de lésbica ativa que só dá prazer (querendo dizer tocar penetrar lamber) e lésbica passiva que só recebe essas coisas. Outras fazem uma terceira caixa chamando-se participativas. Só coisas que ouvi dizer, de algumas, graças a deus não existe consenso quanto a essa bobagem.
Chato é que fica numas idéias sexistas e heterosexistas de homem para ter masculinidade tem que ser ativo, ou seja, penetrar e ter atitude e que a mulher para ter feminilidade tem que ser passiva, ser penetrada e aceitar. Junta o tema anterior e esse, rasga amassa e joga tudo na fogueira. O que sobra é o que você quiser.
Agora é o quarto passo, esquecer todo o resto. Abandonando todas essas normas o espaço fica livre para que se possa construir em cima sua própria sexualidade, sem se moldar às expectativas alheias, vivendo sua própria verdade. No final das contas você pode querer ser só uma coisa ou outra, mas não por regra, não porque te enfiaram nessa caixa, e sim porque você quer. E aí se você, garoto ht que gosta que sua namorada coloque o dedo dela em você, poderá fazer isso sem sentir que está ferindo sua identidade, afinal é só prazer, ou que mais coisas sentimentais você quiser envolver no processo. Você garota ht, pode fazer isso sabendo que o que ele quer é você aí dando prazer pra ele, e não um cara.
E não termina aí. Meninas que não gostam de dar o cu não gostam e só, não é por ser menina que você tem a obrigação de liberar todos os buracos pro namorado. Meninos homo ou bi que também não gostam não precisam fazer só porque é isso que gays fazem, gostar de ser penetrado não é o mesmo que gostar de homem. Garota bi ou lésbica que tem crise porque sua namorada quer que você a penetre com um cinto… o mercado de homem é fácil, se ela quisesse um pênis real alí consiguiria fácil, ela quer você, quer prazer, só.

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