Amanhã, oficialmente recomeçam as aulas. Tenho em minha alma uma profusão de sentimentos que me angustiam e me alegram. A luta dos professores em Greve está se tornando difícil, pesada. Muitos estão no bloco do “eu sozinho” em suas escolas. Tenho imensa admiração e respeito por todos os que lutam, pois sem lutas não há conquistas e sem conquistas não há um futuro melhor! Agradeço à todos os companheiros que estão no “acampamento na Rua da Ajuda, em frente a Seeduc. O #soseducacao resistindo, abdicando de parte de suas vidas, do recesso merecido, pelo bem da categoria. São guerreiros, corajosos, fortes, convictos, admiráveis. Eles são exemplo, são destemidos e acreditam no “juntos somos fortes, venceremos”. Embora esse “juntos” não seja para todos os professores. Uma lástima, uma acomodação por parte dos que não pararam, não estão em Greve, não aderiram ao movimento da categoria decidido em assembléia democrática. Não dispensaram nem um tiquinho de seu tempo para apoiar, decidir nas assembléias, manifestar seu “possível” descontentamento sobre sua vida profissional. Os acomodados sabem perfeitamente que as conquistas, se pela luta forem conseguidas, serão distribuídas para todos indiscriminadamente. Então, para que me indispor? Para que parar? Ser descontado? Ficar “mal com a direção”? Se há alguém fazendo isso por mim. É, mas os fortes, os lutadores, os abnegados sempre serão as molas que movem o mundo, mudam conceitos, mudam, enfim! Me orgulho de lutar, de renegar esse governo vergonhoso que temos. Há um descaso, um desrespeito tão latente que causa repúdio aos que primam, almejam, sonham com uma sociedade mais justa e legalmente respeitada. Você, professor que “não está em greve”, que cumpre “todo que o seu mestre (sic) mandar”, tenha consciência que a luta é de todos e para todos. Então apóie o movimento, contribua de alguma forma com a categoria à qual você faz parte. Compareça “um dia sequer” à assembléia ou qualquer outro ato marcado pelo sindicato e veja com seus próprios olhos seus companheiros lutarem por toda uma classe, inclusive pro “você, não-grevista” Pense em quanto seria humilhante, vergonhoso, para os que estão na luta, retroceder, deixar de lutar, esmorecer e voltar às aulas, ao trabalho nas escolas com “o rabinho entre as pernas”, sem conquistas, sem vitórias. O governo ainda não nos deu nada que já não era nosso direito. Nada foi oferecido como “aumento do salário base”. Não há o que festejar. O governo simplesmente nos ignora, somos invisíveis, desconsiderados, apesar de tudo que já fizemos para sermos ouvidos e vistos. Então, “não-grevista”, pense em como seremos vistos pela sociedade? Somos ultimamente uma categoria desmotivada, desunida, desmerecida. Ainda não temos o apoio de toda a sociedade. Se a Greve acabar sem conquistas depois desse tempo todo, quase dois meses, como seremos considerados? Você pode responder sem sentir vergonha? Abrace essa luta #soseducacao, pois ela também é sua. Faça sua parte! Eu, particularmente, quero ter orgulho de ser o que sou e lutar por aquilo que acredito. Estou em Greve e estarei até que seja impossível continuar. E você? Também tem orgulho? Faça sua parte, apóie o movimento!
Irene Freitas
31/08/2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário