Mariana Zylberkan
Em resposta, a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) emitiu um ofício para exigir a liberdade artística dos autores e a continuidade do romance entre Eduardo e Hugo. "A novela quase entrou para a história como a trama mais homoafetiva dos últimos tempos. Personagem gay sempre é estereotipado nas novelas, ou aparece adoentado, ou está preso, o que não aconteceu dessa vez ", lamenta Toni Reis, presidente da ABGLT.
O militante lembra de uma situação semelhante vista pelo público em 1998, durante a exibição da novela Torre de Babel. Diante da repercussão do casal formado por duas mulheres – Rafaela (Christiane Torloni) e Leila (Silvia Pfeifer) –, o autor Silvio de Abreu foi obrigado a mudar a trama e matar as duas personagens numa explosão dentro do shopping center. "Só espero que não joguem um avião da Noar (empresa de linhas aéreas que está sendo investigada pela Polícia Federal após acidente com bimotor que matou 16 pessoas no Recife no dia 13 de julho) em cima de Eduardo e Hugo e os matem", torce Reis.
A orientação da emissora vai contra a própria realidade vivida pelo país atualmente. Desde o dia 6 de maio, o Brasil é a 34ª nação a tornar legal a união estável entre pessoas do mesmo sexo. "A novela deveria retratar a sociedade em que está inserida. Adoraria ver o casal gay adotar uma criança em Insensato Coração", sonha Reis.
http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/movimento-gay-publica-nota-de-repudio-contra-decisao-da-globo
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