quinta-feira, junho 16, 2011

Bolsonaro: "Não temo, conselho é heterossexual"

O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) desdenhou da possibilidade de cassação de seu mandato. Nesta quarta-feira (15), foi instaurado um processo contra ele no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
Para justificar tanta tranquilidade, o parlamentar usou um argumento um tanto inusitado:
- Não temo, sabe por quê? Pode anotar aí. Porque a maioria dos deputados e a maioria do Conselho é heterossexual e defende a família.
A ação no Conselho reúne duas representações contra o deputado, ambas apresentadas pelo Psol. A primeira é pelas declarações de Bolsonaro ao programa CQC em março, consideradas racistas por colegas de Câmara. A segunda é pela troca de insultos entre o deputado e a senadora Marinor Brito (Psol-PA), em maio. Em abril, Bolsonaro já havia sido notificado pela Corregedoria da Câmara por acusações de racismo em sua fala na TV. Na época, ao responder pergunta da cantora Preta Gil sobre o que ele faria se seu filho namorasse uma negra, Bolsonaro falou que consideraria uma "promiscuidade". Mais tarde, alegou não ter entendido a pergunta.
Sobre a discussão com Marinor, ele nega que tenha insultado a senadora diretamente. "Ela me deu um tapa, me chamou de corrupto, de homofóbico, mas eu não discuti com ela". Apesar disso, não deixa de atacar a parlamentar do Psol. "Ela é heterofóbica, não deve ter um macho. Ela me chama de homofóbico e tudo certo, eu chamo de heterofóbico e é crime". E continua:
- Qual é a feminilidade da senadora Marinor? Ela é um trator.
Sobre as acusações de racismo, ele repete que foi mal compreendido.
- Se você colocar a minha resposta numa lousa e perguntar pra qualquer criança dizer sobre o que é que eu estava falando, qualquer um vai dizer que é sobre gays e não sobre negros.
No Conselho de Ética, o relator pode pedir desde a cassação do mandato do parlamentar até uma simples advertência, passando pela suspensão do mandato ou das atividades de parlamentar no período de 15 dias a seis meses.
Bolsonaro diz que não gostariade sofrer com nenhum "meio termo". "Eu prefiro ser cassado a receber uma advertência qualquer porque nenhum deputado teria coragem de me acusar de racismo".
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