quinta-feira, abril 21, 2011

Filho de prefeito do interior é um dos agressores de jovem gay em Campo Grande

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MS: Filho de prefeito do interior é um dos agressores de jovem gay em Campo Grande
Por redação

O filho do prefeito e advogado Jesus Baird (PMDB), da cidade de Costa Rica (MS), a 400 km da capital, André Baird, 20 anos, é um dos rapazes acusados de agredirem um jovem de 21 anos com chutes e socos na saída de uma boate gay em Campo Grande, na madrugada da última sexta-feira. Por volta das 4h da manhã, um carro passou e os ocupantes chamaram dois rapazes que estavam sentados no meio fio de “veado”. O veículo retornou e dois homens saltaram do carro e perseguiram a dupla de amigos. O estudante L., que não quis ser identificado, caiu e os agressores chutaram seu rosto, costas e tórax. "Eu chorava, pedia para que eles parassem, perguntava por que eles estavam fazendo aquilo, eu não tinha feito nada para eles”, disse a vítima sobre o incidente e contou ainda que os rapaz riam e o xingavam enquanto o espancavam.


Os agressores tentaram alcançar o outro jovem de carro mas não conseguiram. Eles retornaram ao local anterior e bateram mais em L., que continuava no chão até que foram embora. O rapaz, machucado, foi socorrido por pessoas que passavam no local. O veículo ainda retornou mas os rapazes ao verem que havia mais pessoas no local não pararam o carro. A vítima registrou boletim de ocorrência e com a identificação da placa do veículo, anotado pelo colega que conseguiu fugir, a polícia chegou até a irmã do prefeito de Costa Rica, que informou que o veículo havia sido vendido ao irmão e estavam com os sobrinhos que moram em Campo Grande. A pedido do próprio pai, ao saber da participação do filho na agressão, o jovem se apresentou à polícia com seu advogado nessa terça feira. O rapaz agressor é estudante de Direito. Na delegacia, ele delatou os outros ocupantes do veículo e assumiu que agrediu o rapaz por sua orientação sexual.


O rapaz compareceu nesta terça feira à 1ª DP de Campo Grande onde foi ouvido e liberado em seguida. Baird apresentava um braço engessado, segundo ele trincado durante a agressão. Para a delegada Daniela Kades, o rapaz contou que estavam bêbados e não deu motivo para justificar a violência. O pai, que é evangélico e frequenta a Igreja Presbiteriana, lamentou a agressão provocada pelo filho e chegou a afirmar que o filho estava no mesmo clube e que não acredita que a homofobia tenha motivado o ataque e classificou o ato como “molecagem”.


Os acusados irão responder por lesão corporal (pena de três meses a um ano de detenção) e injúria (pena de um a seis meses de reclusão). Apesar do motivo torpe para a violência, a delegada afirmou que não há legislação criminal que tipifique a homofobia como agravante e o caso será encaminhado com o mesmo peso que teria se fosse uma “briga entre vizinhos”. “É uma legislação que precisaria andar mais rápida”, afirmou a delegada que contou ainda há na cidade grupos que vem cometendo outros ataques na região a moradores de ruas e transexuais prostitutas. Como são réus primários, os acusados devem cumprir penas socioeducativas como trabalho voluntário ou doação de cestas básicas, prevê a delegada.


Segundo a lei antihomofobia do estado, lei Nº 3.157, DE 27/12/2005, quem discriminar pode ainda receber uma advertência por escrito, uma multa no valor de 80 a 150 UFERMS e proibição de contratar com a administração pública estadual pelo prazo de um ano.

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