terça-feira, fevereiro 01, 2011

Parênteses sobre a nota da Anvisa

http://diversidadecatolica.blogspot.com/2011/01/entre-parenteses-um-comentario-sobre.html

Parênteses sobre a nota da Anvisa



(Parênteses do post acima: o problema é que a Anvisa, em sua argumentação, procura associar o homossexual masculino ao maior risco de contaminação pelo HIV e outras DSTs - muito embora, segundo o Boletim Epidemiológico AIDS 2010 do nosso Ministério da Saúde, apenas no período entre 1980 e 1997 os homossexuais masculinos tenham sido maioria nos números da AIDS. Com efeito, desde 1998, este grupo é minoritário em relação aos homens heterossexuais, numa relação de mais de 2 para 1; ou seja, o carro-chefe da argumentação da Anvisa é um dado que, por ocasião da redação da nota, estava quase 10 anos desatualizado.

Ainda assim, para explicar o porquê do "maior risco" dos homossexuais masculinos, a Anvisa argumenta que, "devido à maior freqüência de relações sexuais anais que originam lesões dérmicas, porta de entrada para o vírus", os homossexuais "continuam tendo comportamento de risco acrescido para aquisição de HIV". E enumera uma série de outros "critérios de exclusão associados a diferentes situações de risco acrescido", tais como diabéticos, vítimas de estupro, indivíduos tatuados etc. - "não se restringindo", portanto, "apenas aos HSH , o que denota que não existe discriminação baseada em preconceitos". Nesse o caso, o veto não deveria valer para os aficionados do sexo anal em geral, em vez de para os homossexuais em particular?

Para completar, a Anvisa alega que "os serviços de hemoterapia são muitas vezes procurados para fins de diagnóstico de HIV por pessoas com comportamento de risco acrescido, incrementando desta forma a chance de transmissão". Só não fica claro se essa atitude é prerrogativa dos homossexuais, e se há alguma evidência científica que comprove isso. Fecha parênteses...)

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