terça-feira, janeiro 25, 2011

O BBB e 250 gays no paredão

O BBB e 250 gays no paredão
Texto publicado em 24 de Janeiro de 2011 - 12h57       
       
    
       
Big Brother Brasil chega a sua 11ª edição. O programa consegue ser uma amostra de tudo o que há de mais podre no convívio social. São indivíduos voltados para o sórdido. Se for preciso, um usa o machismo. O outro, o racismo. Esta participante apela sexualmente. Aquele competidor semeia a discórdia. Uma outra é boa na mentira. Um grande ralo juntando podridão.

A crescente presença de homossexuais na atração só reforçou esse quadro. É certo que houve até um vencedor gay, uma vez. Mas, não é a regra. E muitos dos outros vencedores parecem ter sido deportados direto da era paleolítica. Além disso, o que não faltam são cenas eróticas entre casais heterossexuais. O mesmo não vale para pessoas do mesmo sexo. Gay tem que ser bem comportadinho. De preferência, um pouco folclórico. Vida afetiva devidamente reprimida. Caso contrário, dança.

Foi o que aconteceu agora com o transexual Ariadna, expulsa da casa depois de ter sua condição sexual utilizada para conquistar pontos na audiência. Talvez, seu maior crime tenha sido se envolver com um dos integrantes da casa. Claro que o rapaz logo se declarou desavisado.

Enquanto isso, o projeto contra a homofobia em discussão no Congresso acaba de ser arquivado. Ainda pode ser desarquivado, mas enfrenta muitas resistências. Seguimos sendo campeões mundiais em violência contra gays. Segundo levantamento do Grupo Gay da Bahia, foram mais de 250 casos de homossexuais assassinados no Brasil em 2010. Recorde histórico.

A eliminação de Ariadna foi apenas simbólica. Simboliza a violência física bem real de que são vítimas os homossexuais no Brasil. Um paredão de preconceitos com conseqüências fatais.

Sérgio Domingueshttp://pilulas-diarias.blogspot.com   

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