sábado, janeiro 15, 2011

Educação transexual


Professora da rede pública do Rio Grande do Sul, a educadora transexual Marina Reidel, 38 anos, fala nesta entrevista ao Dois Terços sobre as dificuldades e as vitórias que já estão sendo conseguidas para vencer o preconceito e a homofobia no ambiente da escola.
DT - Como foi processo de aceitação dos seus colegas de trabalho em ter no mesmo ambiente de trabalho uma profissional de educação transexual?

MR – Bem, quando eu decidi me transformar eu ainda estava de férias na Europa. Foi esta viagem que consagrou minha decisão e coragem de ver que se eu cheguei até o outro lado do oceano eu teria condições de ir além. Ao retornar à escola, comuniquei à direção, que ficou espantada, mas me deu apoio e, mesmo insegura quanto à reação da comunidade, não hesitou em pedir que os colegas trabalhassem este tema nas aulas. Munidos das leis de discriminação e preconceito tiveram a liberdade de usar suas aulas para falar sobre o assunto e comentar a transformação do professor.
DT - Muitos jovens estão deixando as escolas em razão da crescente onda de violência e da homofobia nas escolas. Você acredita que alguns professores colaboram para esses atos?

MR - Sim. Temos exemplos claros de alunos, principalmente transexuais e travestis, sofrendo esta discriminação. Sabemos de casos sérios de evasão e abandono devido a esta situação. Alguns colegas têm demonstrado estas atitudes por desconhecer e não entender as questões ligadas a LGBTs, sendo o preconceito maior que a aceitação à diversidade. Entretanto, sabemos que seria este o espaço para acolher estas diversidades. A escola deve ser inclusiva.

fonte:doisterços

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