sexta-feira, novembro 26, 2010

A intolerância às minorias é fruto de um legislativo fraco

O REPÓRTER NO BRASIL: A intolerância às minorias é fruto de um legislativo fraco
Por Alex de Souza - 12:26:00 - 114 Views
RIO DE JANEIRO (O REPÓRTER) - A semana foi recheada de acontecimentos que fizeram o brasileiro parar e pensar: para onde vamos?
O país segue se desenvolvendo. A pobreza tem ritmos satisfatórios de queda e o respeito internacional é um dos destaques dos últimos anos. A gente para e pensa de novo: com tudo isso, o que mais precisamos para avançar? E eu respondo, menos intolerância.
Dois incidentes que ocorreram nas maiores capitais do país, Rio de Janeiro e São Paulo, chamaram a atenção no país e no mundo: o ataque aos homossexuais e a onda de homofobia.
A constituição de 1988 menciona tratamento igualitário a todos os cidadãos brasileiros, mas isso não ocorre na prática.
O último relatório divulgado pelo GGB (Grupo Gay da Bahia) contabilizava 198 homossexuais mortos no Brasil em 2009 por homofobia, nove a mais do que no ano anterior.
Para tentar explicar o por quê de tanta violência e combatê-la, até um curso foi preparado pelo psicólogo e psico-terapeuta Klécius Borges. Com aulas dirigidas a psicólogos, psicoterapeutas e estudantes de psicologia, o intuito é mostrar um contraponto às visões tradicionais que consideram a Homossexualidade uma forma patológica ou imatura de expressão sexual.
A discussão vai longe, o pastor Silas Malafaia, líder da igreja evangélica Assembleia de Deus, afirma sempre em suas entrevistas sobre a homossexualidade que “os grupos de defesa dos homossexuais precisam aprender a lidar com os contrários, pois preconceituosos são eles quando rotulam os outros de homofóbicos”, disse o pastor em entrevista ao Portal Terra.
Para Marcelo Cerqueira, representante do Grupo Gay da Bahia, "Punir a homofobia deve ser um desejo de toda sociedade", escreveu ele em artigo homônimo publicado no site da entidade.
Em seu artigo Cerqueira diz que "se não existe lei no Brasil que pune também não existem aquelas que garantam os direitos. Se por um lado não existem leis que torna a homossexualidade um crime, por outro existe uma cultura discriminatória velada".
O certo é que a causa que envolve os gays na luta contra a homofobia, assim como a causa contra a discriminação racial e de outras minorias serão sempre bem-vindas num país laico e democrático como o Brasil. Por outro lado, nada justifica a farra e a bagunça que estão tomando conta, principalmente, dos movimentos gays e nas diversas paradas que "animam" o país.
No caso acontecido no Rio de Janeiro, o Parque Garota de Ipanema já havia sido tomado por gente que seguia transformando o local em um motel a céu aberto, dito pelos próprios moradores. E aí, gente de todo o tipo, casais héteros e homossexuais, viciados em drogas e outros tipos de pessoas que viram naquela passeata gay um argumento, totalmente sem peso, para praticar atos que não têm nada a ver com nenhuma causa.
Em São Paulo, um caso ainda mais gritante, que levou o advogado dos agressores a desistir da defesa dos réus após ter tido acesso às imagens da agressão gratuita a três rapazes. Um dos agressores estourou duas lâmpadas fluorescentes no rosto de um dos três amigos que caminhavam tranquilamente numa calçada da cidade.
As leis estabelecidas na Constituição e também no Direito Penal, garantem a punição igualitária a todos os atos à margem desta mesma lei, a todo e qualquer cidadão, seja ele homossexual, heterossexual, branco, negro, padre, pastor, mãe-de-santo, jornalista, gari. Contudo, os nossos legisladores, e também o judiciário, seguem dando pesos e medidas diferentes a aplicação de punições aos infratores. 
Finalizo lembrando que temos leis. Então, que se cumpram

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