sexta-feira, setembro 17, 2010

Para Deus é proibido proibir

Para Deus é proibido proibir

O catolicismo através de seus agentes chamados sacerdotes tem um vasto currículo de pedofilia e estupro de mulheres e o homossexualismo desde tempos imemoriais. Prova de que a proibição do casamento aos padres foi um erro dos mais terríveis para a Igreja Católica. Não há homem no mundo que não seja assediado por um intenso desejo sexual, diferente das mulheres que conseguem se resguardar e asfixiar por longo tempo esse desejo procedente de nossas entranhas. Vencer o sexo espontaneamente pode ser uma das maiores façanhas do homem e da mulher, porém quando é proibida a união, que o Paizão jamais proibiria, o sexo torna-se um apelo irrecusável, visto ser tremendamente desgastante o eterno jejum. Isto sem contar os apelos da indústria de uma moderna propaganda cada vez mais assediada sexualmente, além das novelas em que a sexualidade é explorada em demasia, como se nós, telespectadores, não soubéssemos ou nunca ouvimos falar em sexo. É evidente que a maioria dos sacerdotes vive a regra difícil do jejum sexual e são as provas cabais da existência de padres com muita força de vontade para se manterem puros diante das funções sacerdotais. Isto todos nós críticos temos o dever de admitir, apesar de que mesmo se tivessem atividades sexuais não deixariam de serem puros, casados ou não.
A pedofilia era coisa comum, mas existia o assédio sexual dos padres às mulheres já que a Igreja Católica era o terror da época para os que fossem de alguma forma contrários aos ditames do catolicismo. Segundo narração de Luiz Mott, um gênio na antropologia e autor de muitos livros, em 1727, quando foi instalada a Vila de Cuiabá, a Inquisição da Igreja Católica portuguesa completava quase os dois terços finais de sua apavorante existência. Fundado em 1536, o "Santo Ofício" perdurou até 1821, deixando atrás de si quase 300 anos de medos, torturas e fogueiras. Os principais desvios de condutas no Brasil perseguidos pela "Santa Inquisição" eram as heresias, doutrina que se opunha aos dogmas católicos, ou os atos, ou ainda palavras ofensivas ao catolicismo. Eram realmente tempos terríveis em relação aos dias atuais.
No Mato Grosso, em 1729, houve denúncias à Inquisição contra os praticantes do "nefando pecado de sodomia", o hoje conhecido como homossexualismo. Um sujeito chamado Manuel Francisco David, de Cuiabá, cometeu o "pecado" com um "moleque", cujo significado naqueles tempos era "menino escravo". Um frade denunciou a si próprio em 09. 08.1736, seu nome "Frei" Antônio de Madureira, lisboeta de 30 anos com diploma de pregador e confessor. Ao "Santo Ofício" disse ter praticado duas tentativas de sodomia com um garoto. Dois anos antes praticou o mesmo pecado com um canoeiro, havendo neste caso a penetração. Também com um índio de nome Gentio Paraty e com um rapaz de 13 anos. Os sacerdotes pecadores costumavam delatar-se perante os inquisidores, evitando as horríveis torturas, porém eram posteriormente queimados vivos porque havia uma crença de que o fogo apagava todos os pecados.
Outro caso mais grave foi o do padre José Ramos Marcelo, cujos deslizes envolviam-no com mulheres. O delator foi o tenente dos Dragões Manuel da Ponte Pedreira, ambos moradores em Vila Bela da Santíssima Trindade. O padre José era carioca, tendo chegado do Rio de Janeiro em 1757, ocupando o posto de Vigário de Matriz e o de Vigário da Vara da Freguesia, portanto altíssima autoridade. Conforme narração de Luiz Mott apresentado como conferência na Universidade Federal do Mato Grosso, tudo começou quando uma preta forra, Joana da Conceição, caiu doente e com medo da morte e do sofrimento no inferno procurou o padre para confessar-se. E ao se acusar pelos pecados que cometera, o padre perguntou-lhe: Foi com fulano e com sicrano? Se tu fazes com estes, por que não fazer comigo? E deitou-lhe o braço por cima do pescoço, mas foi repelido.
A fama da imoralidade deste sacerdote espalhou-se Mato Grosso adentro, tanto que muitos homens casados não queriam que suas mulheres e filhas se confessassem com o tal Padre. A história prossegue com muitos outros casos envolvendo o padre Marcelo com mulheres casadas, tal e qual um padre que esteve em Jaú por alguns anos até ser expulso da cidade. Meu amigo, Antenor Zago, sabe muito bem desta história. Tudo isto só vem provar e acrescentar o fato de que a Igreja Católica, através de suas autoridades, errou flagrantemente quando se decidiu pelo eterno celibato de seus sacerdotes. Coisa muita fora dos propósitos humanos, já que Pedro, um dos apóstolos de Jesus era casado e tinha filhos, tornando-se um precursor do primeiro papado da Igreja Católica. Não critico o catolicismo, apenas dou a opinião de que o erro é crasso demais. Afinal, Deus não proíbe nada. Para Ele é proibido proibir. Bem por isto ocorrem esses vergonhosos casos de pedofilia. Nos EUA existem punições em "money". No Brasil a vergonha fica por conta das vítimas.

Jeovah de Moura Nunes, escritor e jornalista, autor do livro "És Mulher", entre outros.

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