terça-feira, setembro 21, 2010

Filho de Renato Russo: "Todo ser humano é bissexual"

Quem é, como vive e o que pensa Giuliano Manfredini, o único herdeiro do líder da banda Legião Urbana

Valmir Moratelli, enviado a Brasília (DF) | 21/09/2010 06:00

As músicas do Legião Urbana são como hinos que embalam os sonhos e temores da juventude. Mas para Giuliano Manfredini, elas representam também um pouco de sua história familiar. Este jovem de 21 anos é o único herdeiro do líder do Legião Urbana, banda que chegou ao fim em 1996, com a morte de Renato Russo, mas que ainda hoje está presente no gosto dos jovens - de todas as idades.

Giuliano mora com a avó paterna em um luxuoso condomínio na Asa Sul do plano-piloto de Brasília. A mesma cidade que um dia ouviu os primeiros acordes da música-protesto "Que País É Esse". Cercado de todo o conforto e segurança, tem três carros na garagem. No jardim, logo atrás de uma ampla piscina, ele projetou o desenho de um violão (símbolo da banda) à sombra de um roseiral. O mesmo violão também está tatuado no seu braço.

Próximo à Esplanada dos Ministérios, Giuliano mantém o escritório da sua produtora, a Mundano, que gerencia novas bandas. Até agora era a avó - que ele chama de mãe - quem administrava os direitos autorais que envolvem Renato. A par de toda a magnitude financeira que a obra de seu pai abrange, Giuliano está começando a tomar a frente dos negócios. "Só não me peça para cantar, que não levo jeito. Já tentei e não deu certo. Gosto é de ficar nos bastidores", diz.

Pais e Filhos

A reportagem do iG acompanhou um dia na vida do único filho que Renato deixou. Fruto do relacionamento que o cantor teve com uma fã, Raphaela Bueno, Giuliano tinha apenas 7 anos quando seu pai morreu, vítima de complicações decorrentes da AIDS. Raphaela morreu logo depois de dar à luz, em um acidente de carro.

De voz grave, do alto de seu 1,90m de altura, Giuliano fala sobre tudo. Surpreende pela naturalidade com que lida com assuntos polêmicos, que também permearam a vida de seu pai. Como relacionamentos com "meninos e meninas": "Todo ser humano é bissexual. Eu já tive experiências com homens. Não tenho vergonha de falar essas coisas. Ninguém pode falar que é heterossexual se nunca experimentou o outro lado para saber que não gosta daquilo". Ou sobre o uso de drogas: "Gosto de ir uma vez por ano a Amsterdã (cidade europeia onde elas são legalizadas)".

A entrevista começou na gravadora, onde o encontro foi marcado. Mas como o local está passando por obras estruturais e não tem energia elétrica no momento, a equipe seguiu para sua casa, cerca de vinte minutos dali. Antes, uma parada na Catedral Metropolitana de Brasília, projetada por Oscar Niemeyer. "Não tenho religião. Acredito em Deus, mas não sigo nenhuma crença", diz o jovem que, antes mesmo de nascer, já era cantado na letra "Pais e Filhos" ("Meu filho vai ter nome de santo/ Quero o nome mais bonito..."). No caminho até sua casa, ele coloca o DVD Acústico MTV do grupo do pai no aparelho do carro. É com a voz de Renato ao fundo, cantando "On the Way Home/ Rise", que Giuliano vai falando da força que o Legião mantém no imaginário popular: "As músicas passam ideia de sinceridade. Todo mundo já teve um momento que se identificou com uma letra", afirma.

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