segunda-feira, julho 05, 2010

FUNERAL AZUL

Poema de W. H. AUDEN

Parem todos os relógios, desliguem o telefone,
Impeçam o cão de ladrar com um suculento osso,
Silenciem os pianos e com o tambor surdo
Tragam o caixão e chamem as rezadeiras.

Deixem os aviões em círculo sobrevoarem
o céu com a mensagem: ELE ESTÁ MORTO.
Ponham crepom no pescoço das pombas brancas.
Deixem os guardas de trânsito usar luvas pretas algodão.

Ele era meu Norte, meu Sul, meu Leste e Oeste,
Minha semana de trabalho e meu descanso dominical,
Meu meio dia, a minha meia - noite, minha conversa, minha canção;
Eu pensava que o amor iria durar para sempre: eu estava errado.

As estrelas não são mais bem-vindas agora
Embrulhem a lua e apaguem o sol;
Sequem o oceano e destruam os bosques.
Já que tudo isso não me servirá para mais nada.


Poema lido no filme 4 casamentos e 1 funeral, pelo personagem Homossexual, em homenagem ao seu companheiro morto.

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