Rio, o terceiro em crimes contra gays
POR FERNANDO MOLICA
Rio - O assassinato do jovem Alexandre Thomé Ivo Rojão — crime que teria sido motivado por homofobia — mostra que a violência ronda os homossexuais no Estado. Segundo o presidente do Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT, Cláudio Nascimento, o Rio está em terceiro lugar no ranking de mortes violentas de gays — São Paulo e Pernambuco lideram a lista. Um crime é registrado a cada 24 horas no País.
—A violência contra homossexuais aumentou no Rio?
— Um levantamento feito no Estado aponta que 70% dos homossexuais já sofreram algum tipo de violência. Se por um lado a sociedade se movimenta contra a homofobia, grupos que não aceitam os direitos da comunidade LGBT reagem de forma violenta.
—Qual o efeito dessa ameaça constante?
— A comunidade tem cobrado investigações. Mas uma situação me preocupa: a polarização entre os que aceitam os direitos LGBT e os intolerantes. Isso pode levar a uma política do olho por olho, dente por dente.
—O que está sendo feito para a segurança dos gays?
— Até julho, o Rio ganhará núcleos do Centro de Referência e Promoção da Cidadania LGBT na Central, Copacabana, Madureira e Campo Grande. Será uma rede básica de proteção que incluirá, por exemplo. apoio jurídico. Duque de Caxias, Cabo Frio, Volta Redonda e Niterói também terão unidades.
— Aprovada pela Alerj, a delegacia GLS ainda não saiu do papel. Ela faz falta?
—Não podemos criar guetos. Todas as DPs têm que atender bem à comunidade LGBT. A proposta de delegacias específicas não é aceita por todos os grupos de defesa dos gays.
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